quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Ah, os seios!

Por buracos de fechadura, por frestas de portas ou janelas entreabertas. Os seios de uma mulher são sua face, seu rosto, suas intensidades, seus gostos e desgostos. Vê-los simplesmente, sem que exista ali o semblante de quem os possui, nada mais é que nada.
Alguns seios têm formato de pêssegos, outros de morangos, há os que parecem com peras e os abundantes são grandes concentrações de amoras. Sempre tropicais, os seios são sempre tropicais. Exigem eles uma grande liberdade, um remexer-se, um dançar, um frenesi. Mesmo aparentando frutas de inverno brotam no verão, é essa a estação. A sua estação.
As mulheres carregam seus seios como quem carregam suas existências. Os seios carregam histórias de quando deixamos de ser meninas, portas que se fecharam, antigos amores e arco-íris que se fotografaram.
Neles estão as marcas dos afetos, dos carinhos, de mãos que mesmo rudes foram delicadas e de mãos que mesmo querendo ser delicadas foram rudes. Os seios abraçam muito antes de todo o corpo.Quase como um sensor.
Diante de seios homens viram meninos, Diante de seios meninos viram homens. Mesmo já conhecidos, algo fala neles e são essas palavras que os tornam sempre outros. Outros como nunca vistos.

Um comentário: